Gorduras e sua Relação com o Coração Saudável
- Dra. Socorro Sabba
- 6 de ago. de 2015
- 3 min de leitura
Existe uma tendência mundial a pensar sobre gorduras como algo ruim para a saúde, mas isso não é totalmente verdade. As gorduras são boas para todos, quando consumidas de acordo com recomendações. Além de serem nutrientes importantes, também dão sabor aos alimentos. As gorduras nos fornecem energia, participam de processos estruturais e hormonais e ainda podem contribuir para a manutenção da saúde do coração, Elas são fonte de energia para o corpo e fundamentais para a absorção de vitaminas e proteínas, e também, para a síntese de determinados hormôni

os sexuais. Então o importante é não excluí-las de nossa dieta e sim atentar para o tipo e quantidade que consumimos.
Muita gente abre mão da manteiga, da carne vermelha e dos queijos amarelos, e mesmo assim não fica imune às doenças cardiovasculares. A resposta para isso é que a indústria substitui as gorduras eliminadas dos alimentos por açúcares, para não prejudicar o sabor. Isso não significa, porém, que a ingestão de gorduras está liberada. É preciso respeitar o limite recomendado. Em uma dieta de 2.000 kcal por dia, recomendada para um adulto saudável, entre 400 e 700 kcal (de 20% a 35% do total) devem vir das gorduras. Em termos mais práticos, isso se traduz em 44,5 g a 78 g.
Portanto, para fazer boas escolhas é preciso diferenciar as gorduras saturadas das insaturadas. As vilãs são as primeiras. Elas são encontradas em alimentos de origem animal, principalmente em carnes vermelhas, pele de aves, creme de leite, manteiga e bacon. O azeite de dendê, muito usado na culinária baiana no preparo de acarajés, moquecas e outros pratos, o óleo de palma, presente em vários alimentos industrializados, como o chocolate e a margarina, o iogurte integral e o coco são outros que integram a lista. O consumo de queijos amarelos, gema de ovo e as frituras também devem ser feitos com atenção, pois esses itens também possuem gorduras saturadas. Analisar os rótulos das embalagens é importante pois assim verificamos quais ingredientes foram utilizados na elaboração dos produtos.
É muito bom, também, que se conheça as gorduras do “bem”, extremamente benéficas para o organismo, pois elevam o nosso HDL, reduzindo por consequência o LDL que é o colesterol dito “ruim”, pois este se deposita nas paredes das artérias formando as famosas placas de ateroma.
Algumas delas:
Monoinsaturadas: encontradas em produtos como azeite de oliva, óleo de canola, abacate, nozes, amêndoas, castanhas, entre outros alimentos.
Poli-insaturadas: presente nos óleos vegetais, como os de girassol, milho e soja, nos peixes gordurosos, a exemplo do salmão, atum, arenque e sardinha, nas sementes de abóbora e de linhaça, entre outros itens.
Quanto aos azeites e óleos listados acima, chama a atenção para o preparo. Eles não podem ser aquecidos a altas temperaturas, pois se tornam saturados. Por isso, se o produto for utilizado na cozinha, para refogar verduras ou qualquer outro alimento, por exemplo, tanto faz usar azeite ou óleo de soja, informa a médica. A sugestão então é reduzir a quantidade utilizada.
Já as gorduras trans são aquelas produzidas industrialmente a partir de um processo químico chamado hidrogenação. É considerada prejudicial ao organismo por diminuir o colesterol 'bom' e aumentar o 'ruim'. Alimentos industrializados, como biscoitos recheados, tortas, cremes, sorvetes, carnes processadas (hambúrgueres, nuggets e salsichas, por exemplo) e pipoca de micro-ondas são algumas de suas fontes.
Fica a dica...
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